segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

DISLEXIAS: AS QUEIXAS DOS PAIS E PROFESSORES



Vicente Martins



Diariamente, recebo, por e-mail, entre 20 a 40 mensagens, solicitando-me informações sobre dislexia, disgrafia e disortografia: como ajudar meu filho em minha casa? Como ajudar meu aluno em sala de aula? Neste artigo, apresentamos três passos para uma boa atuação dos profissionais em psicopedagogia, que atuam no campo da linguagem: (a) aprender a conhecer bem os conceitos de dislexia, disgrafia e disortografia; (b) Ler ou ouvir atentamente os relatos de dificuldades de aprendizagem de leitura, escrita e ortografia por parte de pais, educadores ou os próprios educandos e (c) Ler para atuar as principais referências de leitura na área psicopedagógica. O primeiro passo é o seguinte: compreensão dos principais conceitos das dificuldades de aprendizagem em lectoescrita em sala de aula. Para tanto, no segundo passo, reproduzirei alguns relatos para apreciação dos psicopedagogos que trabalham a intervenção clínica ou instituicional no seu campo de atuação profissional. Uma primeira questão é a seguinte: sem conhecimento teórico sobre leitura, escrita e ortografia nenhum profissional de psicopedagogia pode atuar eficaz e eficientemente no campo das dificuldades de aprendizagem em leitura, escrita e ortografia. Comecemos, então, por alguns termos fundamentais para atuação dos profissionais em psicopedagogia que lidam com dificuldades de aprendizagem relacionadas com a linguagem. Um primeiro termo a considerar é queixa. O que é a queixa? No âmbito psicopedagógico, adotamos o termo queixa por entendermos que qualquer dificuldade de aprendizagem relatada pelo educando, em sala de aula ou no lar, é relevante para o atendimento educacional e a tomada de providências pedagógicas. relatado pelo paciente. A queixa discente é, pois, aquela que, na opinião do educando, é a mais importante de todo o seu relato pedagógico e que terminou por levá-lo ao baixo rendimento escolar. A queixa se constitui um item em separado e importante da anamnese. No âmbito da psicopedagogia clínica, a anamnese refere-se ao histórico que vai desde os sintomas ou queixas iniciais do educando até o momento da observação psicopedagógica clínica, realizado com base nas lembranças do educando e nas avaliações de desempenho do aluno. Um outro termo relacionado com a anamnese é catamnese que indica o registro da evolução de um educando desde que observado e diagnosticado com dificuldade de aprendizagem após ter feito exames psicopedagógicos. Compreendidos o conceito de queixa e o de anamnese, a noção de diagnóstico é imprescindível para o trabalho psicopedagógico, uma vez que os pais, em geral, têm grande expectativa com relação ao que o psicopedago irá dar de informação e orientação sobre sua intervenção clínica ou institucional. Assim, o termo é entendido aqui como a fase em que o educador ou gestor pedagógico, procura com a orientação psicopedagógica, a natureza e a causa da DA (Dificuldade de Aprendizagem). Em sala de aula, o educador pode proceder com um diagnóstico diferencial informal, onde descarta a possibilidade de distúrbios orgânicos que apresentem sintomatologia comum com a dificuldade apresentada pelo educando. A etimologia da palavra diagnóstico revela que a palavra diagnóstico vem do grego diagnóstikós e quer dizer \'capaz de distinguir, de discernir\'. Termos com dislexia, disgrafia e disortografia devem ser bem entendidos pelos psicopedagogos. No caso da dislexia, tanto pode ser compreendido a partir dos aportes teóricos da Medicina ou da Psicolingüística. A dislexia refere-se à perturbação na aprendizagem da leitura pela dificuldade no reconhecimento da correspondência entre os símbolos gráficos e os fonemas, bem como na transformação de signos escritos em signos verbais. Tem também a acepção de dificuldade para compreender a leitura, após lesão do sistema nervoso central, apresentada por pessoa que anteriormente sabia ler. A disgrafia tem uma natureza ou etiologia mais patológica. Na Neurologia, termo refere-se à perturbação da escrita por distúrbios neurológicos. A disortografia, no âmbito da psicolingüística, refere-se à dificuldade no aprendizado e domínio das regras ortográficas, associada à dislexia na ausência de qualquer deficiência intelectual. Sua etimologia: dis- + ortografia. Vamos agora ao segundo passo. Darei a seguir exemplos de casos de queixas de pais e educadores sobre educandos que apresentam dificuldades lectoescritoras (leitura, escrita, ortografia e cálculo). No primeiro relato, a mãe diz que tem " uma filha de 8 anos que está na segunda série mas que até o momento não consegue ler. Ela só começou a falar, de uma forma que outras pessoas pudessem entender, depois dos 4 anos. Até o momento ela não consegue pronunciar o /r/ e tem dificuldades para pronunciar palavras com mais de três sílabas. Minha filha freqüenta a educação infantil desde os dois anos e meio, tem um irmão de 12 anos que não apresentou essas dificuldades, sempre teve acesso a um ambiente que privilegiou a leitura. Também desde os 3 anos ela tem atendimento fonoaudiológico e psicopedagógico. Não tem problemas auditivos, neurológicos ou visuais. Na escola que freqüente embora ela não tenha atingido os objetivos da primeira série, optou-se para que ela fosse para a segunda série porque se verificou que houve avanço no aprendizado dela e pela questão afetiva, o relacionamento com a turma.Num exame realizado por fonoaudiólogos, disseram que ela tinha problemas no process amento auditivo central. Estou muito angustiada o que me leva a buscar ajuda e escrever, e peço desculpas por estar ocupando seu tempo. Tenho um pouco de medo de rótulos, principalmente aqueles que estão na moda e atribuem toda dificuldade de aprendizagem ao fato da criança ser DDA, como estão sugerindo e empurrando Ritalina. Acredito que não seja dificuldade de aprendizagem, mas uma nova forma de aprender, mas eu, como mãe, não consigo enxergar como tímida e as escolas, pelo visto, também não" Um segundo caso a mãe revela que sua filha é " uma linda menina de 9 anos que tem dislexia, ela esta na segunda serie e apesar dos meus esforços, continua tendo dificuldade na leitura e escrita.Não temos recursos para leva-la a uma fonoaudióloga particular" Um terceiro caso é uma senhora aos 40 anos que descobre, de forma tardia, sua síndrome disléxica. Assim se diz "tenho 40 anos sou estudante do 3º período de pedagogia e sempre tive muita dificuldade em cálculos. Somente nesse período da faculdade, na matéria Alfabetização e Letramento ouvi falar em dislexia e cheguei a conclusão agora que li seu artigo sobre a referida doença que tenho esse problema. Será que na minha idade ainda pode haver cura? Será que tenho condição de ser uma professora? Infelizmente não tive uma boa alfabetização. Fui alfabetizada na roça, vim para cidade cursei a segunda série antigo primário numa cidade do interior onde estudei até o segundo ano do Normal. Mudei para o Rio de Janeiro onde cursei o segundo grau por sistema de crédito um ano e meio para concluir o segundo grau, sempre com muita dificuldade depois de 10 anos voltei a estudar pedagogia o que sempre foi meu maior sonho, mais estou tendo muita dificuldade devido a esse problema.Gostaria mui to de um auxilio" Um quarto caso é o de um pai de 26 anos que descobre a dislexia do filho de de sete anos. "pelos sintomas descritos creio que eu possa ser disléxica e meu filho que tem 7anos, o mesmo não memoriza o alfabeto, faz troca de algumas silabas, peço que me responda o que posso fazer ?" Um quinto caso é bem interessante e é muito bem escrito pela mãe. "Tenho uma criança de 6 anos e 7 meses que recentemente me tem apresentado algumas alterações na escrita e na leitura.Note.se que ela está conosco desde Janeiro e nessa altura não apresentava estas dificuldades.É uma criança que chegou a nós com uma linguagem e vocabulário muito pobre, linguagem frequentemente à bebê... Tem evoluído muito desde Janeiro, mas nas últimos 15 dias apresenta estas alterações que lhe vou falar. ESCRITA –DITADO:ESCREVE: - viva (orginal é VIVE) - lustar (original é ILUSTRA)a (original é AL) Vide (original é VIDA)ixa (original é PEIXE)- Do (original é DA)CÓPIA:ESCREVE: - do (original é DA)dios (original é DIAS)- Rodos (original é RODAS)- no (original é NA) – batatas (original é BATATES) – Xilofona (original é XILOFONE)" Um sexto caso é relato por uma professora que seu aluno comete erros "do tipo professoura em vez de professora , boua em vez de boa.Como podemos classificar estes erros, aqui ocorre uma ditongação pela criança por qual motivo?" Um sétimo caso é também relatado por uma professora diante de um quadro de dificuldades lectoescritoras em sala de aula: " Tenho uma aluna que está na 3ª série e além de ter algumas dificuldades na leitura e na escrita, também apresenta um déficit fonológico. Ela não consegue emitir o som da letra g, troca pelo che. E também troca o d pelo t.Gostaria de saber se você poderia me orientar sobre o que fazer para orienta-la. A mãe já consultou fonoaudiólogos e parece que nada adiantou. Desculpe por incomodá-lo, mas gostei da maneira como abordou o problema e espero poder contar com sua orientação" Um oitavo caso é relatado assim: " Fui chamada na escola de meu filho porque ele tem problemas com a escrita, faz trocas de letras como v/f, d/t, ele tem 9 anos está na terceira serie, pediram para que o leve para fazer uma avaliação com uma fono, queria saber se este caminho que devo seguir, ou o que devo fazer". Um novo caso é relatado por uma profissional de Letras: "Tenho um filho de 9 anos extremamente inteligente e que desde a pré-escola demonstra um nível de inteligência surpreendente, por outro lado não faz lição, não copia, e apesar disso só tem boas notas, verbalmente ele é excelente mas na parte da grafia não consegue acompanhar a classe, ano passado concordei com a reprovação dele na 2º série como forma de punição, pois achava ele preguiçoso. A situação vem se agravando pois ele está ficando agressivo com os colegas da escola, se acha burro, mas tem conhecimento de todo conteúdo dado em sala de aula. Quanto a sua inteligência não há o que questionar. Gosta de ler, mas somente livros com pouco conteúdo, pois fala que se atrapalha com muitas palavras. Na escola ele tem até tentado copiar as lições, mas se tira o olhar do caderno não consegue retornar de onde parou e desiste. Estou cursando o 6º ciclo do curso de letras e como meu filho imagino ter muitas crianças, jovens e ad ultos com as mesmas dificuldades. Como posso ajudar meu filho?" O décimo caso é relatado assim: " ...tenho notado que meu filho de 9 anos, atualmente cursando a 3ª série apresenta dificuldade de leitura e tende a trocar letras como "b e d" e se confunde com o som de sílabas como "se e es", o que, segundo seu artigo, enquadra-se em um caso de dislexia pedagógica. O processo de alfabetização do Leonardo foi deficiente, pois ele não chegou a cursar o pré-primário, passou do 2º período pré-escolar diretamente para a 1ª série do ensino fundamental. Embora ele não tenha dificuldade de compreensão e entendimento, apresenta uma leitura difícil e lenta, muitas vezes se perde durante a leitura de uma frase, como se apresentasse uma distração na hora de ler. Gostaria de uma orientação de como minha família deve proceder para examina-lo. A quem devo recorrer?" O terceiro passo refere-se à formação do psicopedagogo. Para atuar, há, pois, como disse, necessidade de se conhecer.


Eis uma pequena sugestão de bibliografia para leitura e análise para aqueles que desejam trabalhar no campo da psicopedagogia da leitura, escrita e ortografia.


1. ABARCA, Eduardo Vidal e RICO, Gabril Martinez. Por que os textos são tão difíceis de compreender? As inferências são a resposta. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp.139-153. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 2. ALLIEND, G. Felipe, CONDEMARÍN, Mabel. Leitura: teoria, avaliação e desenvolvimento. Tradução de José Cláudio de Almeida Abreu. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987. 3. BOFARULL, M. Teresa. Avaliação da compreensão de leitura. Proposta de um roteiro de observação. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp.127-136. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 4. CEREZO, Manuel. Persuasores ocultos: os textos publicitários. In In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp.155-165. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 5. COLOMER, Teresa, CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. 6. CONDEMARÍN, Mabel e MEDINA, Alejandra. A avaliação autêntica: um meio para melhorar as competências em linguagem e comunicação. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre? Artmed, 2005 7. CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. Dislexia: manual de leitura corretiva. Tradução de Ana Maria Netto Machado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. 8. COOTES, Claire e SIMSON, Sarah. O ensino da ortografia a crianças com dificuldades de aprendizagens específicas. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.183-202. 9. COOTES, Claire e SIMSON, Sarah. O ensino da ortografia a crianças com dificuldades de aprendizagens específicas. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.183-202. 10. FULGENCIO, Lúcia, LIBERATO, Yara Goulart. Como facilitar a leitura. São Paulo: Contexto, 1992. (Coleção repensando a língua portuguesa) 11. GALLEGO, Maria Soledad Carrillo, SERRANO, Javier Marin. Desarrollo metafonológico e adquisición de la lectura: un estudio de entrenamiento. Madrid: CIDE, 1996. (colección investigación, n.122) 12. GARCIA, Jesus Nicacio. Manual de dificuldades de aprendizagem: linguagem, leitura, escrita e matemática. Tradução de Jussara Haubert Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. 13. GOULANDRIS, Nata K. Avaliação das habilidades de leitura e ortografia. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.91-120. 14. GOULANDRIS, Nata K. Avaliação das habilidades de leitura e ortografia. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.91-120. 15. HANNAVY, Sybil. O desenvolvimento dos pais na ajuda aos filhos na superação das dificuldades de leitura e escrita. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.227-245. 16. HANNAVY, Sybil. O desenvolvimento dos pais na ajuda aos filhos na superação das dificuldades de leitura e escrita. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.227-245. 17. HATCHER, Peter J. Prática dos vínculos do som na intervenção de leitura com a criança em idade escolar. . In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.159-181. 18. HATCHER, Peter J. Prática dos vínculos do som na intervenção de leitura com a criança em idade escolar. . In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.159-181. 19. HOUT, Anne Van; ESTIENNE, Françoise. Dislexias: descrição, avaliação, explicação, tratamento. Tradução de Cláudia Schilling. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. 20. JAMET, Eric. Leitura e aproveitamento escolar. Tradução de Maria Stela Gonçalves. São Paulo: Loyola, 2000. 21. JOLIBERT, Josette. Formar crianças leitoras/produtoras de textos. Proposta de uma problemática didática integrada. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp 77-92. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 22. KLEI, Hanna. Avaliação das dificuldades de linguagem em crianças e em adolescentes. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.75-90. 23. KLEI, Hanna. Avaliação das dificuldades de linguagem em crianças e em adolescentes. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.75-90. 24. LAYTON, Lyn e DEENY, Karen. Promoção da consciência fonológica em crianças de pré-escola. . In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.143-158. 25. LAYTON, Lyn e DEENY, Karen. Promoção da consciência fonológica em crianças de pré-escola. . In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.143-158. 26. LECOURS, André Roch, PARENTE, Maria Alice de Mattos Pimenta. Dislexia: implicações do sistema de escrita do português. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 27. MARTINS, Vicente. A dislexia em sala de aula. In: PINTO, Maria Alice (org.). Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. São Paulo: Olho d'Água, 2003. 28. MORAIS, José. A arte de ler. São Paulo: Unesp, 1996. 29. MUTER, Valerie. Antevendo as dificuldades de leitura e de ortografia das crianças. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.43-56. 30. MUTER, Valerie. Antevendo as dificuldades de leitura e de ortografia das crianças. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.43-56. 31. PÉREZ, Francisco Carvajal, García, Joaquín Ramos (orgs). Ensinar ou aprender a ler e a escrever? Aspectos teóricos do processo de construção significativa, funcionamento e compartilhada do código escrito. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001. 32. QUINTANAL, José. Tratamento complementar da leitura em sala de aula. Consideração que deve receber em outras áreas que não a de língua. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp. 45-54. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 33. SERRA, Joan e OLLER, Carles. Estratégias de leitura e compreensão do texto no ensino fundamental e médio. TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp. 35-43. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 34. SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. 35. SNOWLING, Margaret J. Dislexia desenvolvimental: uma instrodução e visão teórica geral. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp. 11-21. 36. SNOWLING, Margaret J. Dislexia desenvolvimental: uma instrodução e visão teórica geral. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp. 11-21. 37. SNOWLING, Margaret; STACKHOUSE, Joy. Dislexia, fala e língua: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2004. 38. SOLÉ, Isabel. Leitura em educação infantil? Sim, obrigada! In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). pp. 67-76. 39. SOLÉ, Isabel. Ler, leitura, compreensão: " sempre falamos da mesma coisa?". In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp. 17-34. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 40. STACKHOUSE, Joy. Fala, ortografia e leitura: quem está em risco e por quê? In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.23-41. 41. STACKHOUSE, Joy. Fala, ortografia e leitura: quem está em risco e por quê? In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.23-41. 42. STERNBERG, Robert J; GRIGORENKO, Elena L. Crianças rotuladas: o que é necessário saber sobre as dificuldades de aprendizagem. Tradução de Magda França Lopes. Porto Alegre: Artmed, 2003. 43. STOTHARD, Susan E. Avaliação da compreensão da leitura. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.121-141 44. STOTHARD, Susan E. Avaliação da compreensão da leitura. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.121-141 45. TAYLOR, Jane. O desenvolvimento das habilidades de caligrafia. . In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.203-225 46. TAYLOR, Jane. O desenvolvimento das habilidades de caligrafia. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.203-225 47. TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7) 48. TEBEROSKY, Ana.A iniciação no mundo da escrita. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp. 57-66. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 49. TOLCHINSKY, Liliana e PIPKIN, Mabel. Seis leitores em busca de um texto. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp. 95-105. GIL, Rosa e SOLIVA, Maria. Cantos para aprender a ler. In TEBEROSKY, Ana et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Tradução de Fátima Murad. Porto Alegre: Artmed, 2003. pp.107-125. (Coleção Inovação Pedagógica, v.7). 50. VANCE, Maggie. Avaliação das habilidades de processamento da fala nas crianças: uma análise de tarefas. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.57-73. 51. VANCE, Maggie. Avaliação das habilidades de processamento da fala nas crianças: uma análise de tarefas. In SNOWLING, Margaret e STACKHOUSE, Joy. (orgs.) Dislexia, fala e linguagem: um manual do profissional. Tradução de Magda França Lopes.Porto Alegre: Artmed, 2004. pp.57-73 Vicente Martins - Cearense de Iguatu, é graduado e pós-graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará(UECE). Mestre em educação brasileira pela Universidade Federal do Ceará(UECE). Professor dos Cursos de Letras e Psicopedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA
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Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br

Transtornos Funcionais Específicos: Relatos de Casos






Transtornos Funcionais Específicos: Relatos de Casos



Vicente Martins



PARÂMETROS DE OBSERVAÇÃO PARA

CONSTRUÇÃO DE HISTORIAL DO EDUCANDO


(a) Informações básicas como idade, nível de instrução, cidade e principais queixas de pais, professores e alunos sobre o desempenho leitor, escritor ou ortográfico;
(b)a) Qual sua idade, série ou ano do nível de educação básica em que estuda? Estuda em escola pública ou privada?
(c) Durante a leitura em voz alta, o ocorre com a criança, jovem ou adulto? O que os professores têm observado quanto ao desempenho leitor da criança?
(d) Na família, há registro de dificuldades em leitura, escrita(produção de idéias e organização de idéias no texto) e ortografia? Que outras dificuldades os pais e professores têm observado além das habilidades lingüísticas?;
(e) Quanto à memória da criança, o que ocorre para memorizar tabuada, dias da semana, os meses dos anos? Apresenta que tipo de dificuldade em compreender o texto lido ou uma informação durante a leitura de um texto por outrem ou em situação de exposição oral?
(f) Quanto à escola, que método de leitura foi utilizado durante sua alfabetização? O construtivista ou método fônico(alfabético, por exemplo)? Como ocorreu sua alfabetização? Como aprender a ler? Descreva, em detalhes, as dificuldades observadas durante a fase de alfabetização em leitura.


CASOS DE DISLEXIA PARA DISCUSSÃO NO

GT-TRANSTORNOS FUNCIONAIS ESPECÍFICOS


1º Caso – Refere-se a um relato de uma mãe com filho de 13 anos, portanto, na educação básica, com o diagnóstico de dislexia. A mãe é de origem portuguesa: “Tenho 1 filho com 13 anos na qual lhe foi diagnosticado dislexia.No relatório da medica diz:«Na prova de ortografia faz algumas trocas como s/ch;j/ch;c/s;gue/ge;rr/r. Faz acrescentos de vogais e dificuldade nos sons de dupla consoante/vogal.Nas provas de competência de leitura com alguma dificuldade em interpretar o que lê.Na leitura em voz alta com pouco ritmo, mas interpretou e tirou conclusões do texto. PEDE(teste exploratório de dislexia especifica)com algumas trocas.». Gostaria que me indicasse uma maneira de o ajudar na escola,devido ele não gostar de ler
2º caso – Refere-se a um pedido de uma professora nesses termos: “Vicente,Foi com uma agradável surpresa que recebi seu email. Nos mais variados pedidos de ajuda a especialista, o senhor foi o primeiro a ouvir meu apelo. Obrigada.” Observemos o relato da professora: “Meu aluno, que chama-se Thiago, apresenta uma leitura sofrível, lê soletrando, mas consegue ler um texto mesmo lentamente e demonstra entendimento do conteudo. Não se constrange a leitura, na verdade gosta quando eu peço para ele ler para mim. Observei que algumas palavras ele escreve faltando letras, quando é uma atividade no livro ou xerox, entretanto, quando a atividade é passada no quadro (em todos os modelos de letras) ele não consegue passar da primeira letra escrita no quadro. A criança apresenta uma rigidez no seu corpo que não parece natural, seus músculos e nervos parece que apresentam alguma rigidez, mas isso não interfere nas brincadeira, e não apresenta problemas motor. Encaminhei ao pediatra que após exames clínicos nada de grave apresentou a não ser uma sinusite grave e um pouco de anemia e falta de água no organismo. A pediatra e eu já fizemos testes de visão com ele mas ele não apresentou nenhum sintoma de baixa visão ou algo parecido. Sua memória é boa, guarda bem informações. Na escola desde a série Inicial, hoje ele é 1º ano, ele apresenta este quadro pelo relato da professora do ano anterior. A família é pobre, vive na zona rural e tem poucos recursos, os outros irmão nao apresentaram este quadro, apenas ele. Não tenho registro da infância anterior ao escolar porque o contato com a familia é difícil pelo difícil acesso à escola (usam ônibus escolar para se locomover de casa a escola, então somente quando é muito grave chamamos a família.Converso muito com ele, negocio, incentivo, mas nada.... Penso que disgrafia seria a explicação plausível, mas sinceramente, tenho duvidas sérias quanto a isso. Pretendo encaminhá-lo ao neurologista, mas será difícil porque temos apenas 1 na minha cidade e pelo SUS levará no mínimo 1 ano para ele ser atendido e só Deus sabe o quanto para o retorno após exames... (lastimável).. Por isso necessito de orientação de como posso fazer intervenção pedagógica com ele, não posso esperar mais... Se eu não conseguir pelo menos compreender esta criança, será uma frustração que carregarei comigo para sempre. Sinceramente,Um abraço capixabaS.M”
3º caso - refere-se a uma professora de Sou professora de uma criança de 8 anos, filha de pais pouco escolarizados, que repetiu a alfabetização duas vezes. No seu primeiro ano de escolarização, a professora constatou que a criança estava em um nível pré-silábico de escrita e permaneceu assim durante todo o ano de 2006. A professoa descreve o seguinte: “Por falta de avanços tanto na escrita, como na leitura, a criança repetiu a série em questão (a alfabetização) com a mesma professora.No ano seguinte a criança avançou na escrita (ficando silábica) e persistiu neste nível durante todo ano. Visto o pouco avanço de uma unica e mesma criança, a escola decidiu não deixá-la na mesma série, aprovando-a para a 1ª série do Ensino Fundamental, na qual eu leciono.Percebi que a minha aluna pode avançar na escrita (quase alfabética), mas percebo uma certa incapacidade na leitura, em identificar os fonemas e atribuir estabilidade para as grafias, o que a faz trocar com muita freqüência os sons das letras M/ N, C/ S, F/ V .Apesar de confiar no principio construtivista e nas idéias de Emilia Ferreiro, estou utilizando o método fônico com esta criança (de leitura de palavras estáveis, manipulação de sílabas etc.). É um trabalho individual e estou acreditando nele. Gostaria muito de obter mais informações sobre o trabalho a ser desenvolvido com disléxicos e se pelos dados relatados é confirmado esse diagnóstico.Um abraço,R.”
4º caso - Diz respeito a um relato de caso de uma mãe. Observemos o que diz: “Tenho um filho com alteração no processo auditivo central e com isso está com dificuldade na parte da leitura. Ele é muito inteligente na parte de matemática e na avaliação de português ou outra matéria que tem escrever, se você faz a pergunta verbal ele responde corretamente verbal. Ele está no 4° ano fundamental e suas notas são otimas. Na escrita só se for soletrando em sílabas. Andei pesquisando sobre decodificação e dislexia, achei parecido com o quadro dele. Qual a relação com alteração do processo auditivo central? Gostaria de saber mais sobre o assunto.Agradeço desde já. D.L”
5º caso – refere-se a um relato de uma mãe com queixa de filho que não consegue aprender a ler: ” Prof. ,ele é muito inteligente e agitado, com relação aos estudos é muito preguiçoso. não quer fazer as tarefas da escola, só quer brincar e assistir desenhos.Fico no pé tentando incentivá-lo:comprando livrinhos de historinhas,ensinando o alfabeto, os números, as sílabas,no mesmo instante ele sabe repetir tudo , porém, depois não sabe mais nada.Estou desesperada!Já não sei mais o que fazer!Preciso de orientação urgente.Muito obrigada pela sua atenção!J.”.
6º caso – Refere-se um relato de caso de uma mãe em que faz uma descrição detalhada da dificuldade de aprendizagem de seu filho: “Bom sobre o meu filhote, ele durante a leitura ainda da pausas como estivesse nervoso e gaguejando. Quando fala com adultos também custuma pausar a fala e dizer vários "éééé" e as vezes esquece o que ia falar.Mas noto que no meio das crianças ele se sente mais seguro e fala normal.Gosta de comandar as brincadeiras quando ele é o mas velho entre as crianças.Os professores me relatam sempre que ele é calmo até demais e parece não se colocar na sua idade(11 anos agora), mas ele é bom em matemática não tem problemas com números, e o pediatra dele me disse que ele esquece o que não enteresa a ele. E é verdade. Quanto a ortografia ele ainda troca as letras quando escreve por exemplo v por f, t por d essas são as que ele mas troca. Durante a alfabetização ele começou a estudar com 2 anos e as 4 estava sendo alfabetizado e ai ele começou a trocar as letras.Teve uma pequena demora a entender as coisas na escola.E quando ele era bebê demorou a falar tinha vergonha quando falava errado e se calava pois tinhamos uma sobrinha 1 ano mas nova que já falava tudo então havia uma comparação não nossa mas das outras pessoas.E ele e assim até hoje não gosta de conversar com adultos que o criticam tem vergonha de cumprimentar as pessoas com um simples "Bom Dia" não é muito de contar o que acontece na escola ou fora dela,gosta muito de brincar e não leva os estudos a sério.Está na 4º série e parce não ligar.Durante a alfabetização dele eu tive o meu 2º filho, não sei se isso tem a haver, e eu brigava muito com ele pra prestar aenção no que fazia.Ele mudou um pouco depois do irmão era independente e agora até amarrar o cadarço ele quer que fassamos pra ele. Bom acho que falei até demais desculpe.Por Favaor me ajude e me endique em qual médico levar.Muito obrigada F.T”.
7º caso – Trata-se d eum relato de um mãe com queixa de filho com DA em leitura, escrita e ortografia. Observemos: “Durante a leitura em voz alto não ocorre nenhuma alteração ele lê normalmente é um menino que já está alfabetizado. Quanto aos professores eu sou a professora titular da classe e observo somente a escrita invertida que para ele parece ser normal. Na família, há registro de dificuldades em leitura, escrita (produção de idéias e organização de idéias no texto) e ortografia? Que outras dificuldades os pais e professores têm observado além das habilidades lingüísticas? Pelo o que conversei com os pais não há nenhum registro na família, além da dificuldade na escrita ele é atrapalhado com seus pertence se não possui um bom desenvolvimento motor, tanto fino como amplo. Quanto à memória da criança, o que ocorre para memorizar tabuada, dias da semana, os meses dos anos? Apresenta que tipo de dificuldade em compreender o texto lido ou uma informação durante a leitura de um texto por outrem ou em situação de exposição oral? Quanto à memória ele é bem esperto, pois todos questionamentos que faço em sala de aula é um dos primeiros a responder e não apresenta dificuldade ao compreender textos e informações. e) Quanto à escola, que método de leitura foi utilizado durante sua alfabetização? O construtivista ou método fônico(alfabético, por exemplo)? Como ocorreu sua alfabetização? Como aprender a ler? Descreva, em detalhes, as dificuldades observadas durante a fase de alfabetização em leitura. Ainda estamos em período de alfabetização, utilizamos uma palavra chave como estímulo, por exemplo: Fizemos uma visita aos mercado da comunidade, observamos as frutas ao retornarmos a escola fizemos com as crianças uma deliciosa salada de frutas, a partir deste estímulo introduzimos a letra F de Fruta e assim sucessivamente com as demais letras do alfabeto. No aluno não percebi dificuldades para ler pois já veio quase lendo da Ed. Infantil, sua única diferença é na letra como já lhe relatei anteriormente.
Caso 8º - Diz respeito a um relato de professora com aluno que apresentada dificuldades de aprendizagem em leitura. “Estou lhe enviando maiores detalhes sobre meu aluno: é um menino que apresentou uma boa adaptação à rotina diária escolar, é um tanto tímido, não gosta muito de expressar-se ao grande grupo. Na oralidade e questionamentos manifesta-se algumas vezes, mas sempre dando o retorno do que foi questionado de forma correta. Gosta de manusear livros, ouvir histórias, revelando espontaneidade em sua leitura sensorial. Muitas vezes apresenta dificuldades em concentrar-se por mais tempo numa determinada atividade, não prestando atenção nas explicações dadas, parecendo estar longe da sala de aula, necessitando meu auxílio para retornar a sua tarefa, pois se dispersa facilmente do assunto e da atividade proposta. Na rotina diária necessita de estímulo para maior organização de seu lanche, de seus pertences e dos objetos da escola. Participa das atividades com entusiasmo, porém percebo que apresenta dificuldades significativas em sua coordenação motora ampla e fina inclusive na letra como já lhe relatei é escrita de ponta cabeça. Tomei conhecimento pelos pais que foi encaminhado ao neurologista e está tomando uma medicação, a qual não sei lhe dizer o nome, mas segundo os pais a medicação pode ocasionar sono e foi receitada pelo médico, pois segundo ele o menino apresenta muita ansiedade o que em aula eu não o sinto desta forma. Obs: Ele sempre sentou na frente, no primeiro lugar, nunca conseguia copiar toda aula, casualmente o troquei de lugar com um menino do fundo e ele passou a copiar toda aula, logo que percebi lhe questinei onde encherga melhor, ele disse que atrás. Aguardo sua resposta, obrigada. D.”
Caso 9º - Refere-se um relato de caso por uma profissional de pedagogia e psicopedagogia: “ e sou Pedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional. Estou com um cliente que possui disortografia e que está no 7º ano do ensino fundamental (6ª série). Procurando informações sobre esta questão, me deparei com um site que possui seus textos e achei bastante interessante. Gostaria de saber se o senhor pode me oferecer algumas orientações a respeito de atividades para trabalhar no atendimento referente a disortografia. Este adolescente desde a primeira série é tratado como disléxico, mas sabe ler muito bem, escreve palavras difíceis, mas se atrapalha quando se trata de palavras que ossuem m antes de p e b, ss, c, ç, s, z e palavras que terminam em am ou ão. Agradeço antecipadamente, C.A.P.B”.
Caso 10º - Trata-se uma mãe, aluna do Curso de Pedagogia, sobre as dificuldades de sua filha: “Tenho uma filha de 6 anos que está no 1 ano, desde o ano passado percebi dificuldades com a leitura. Agora que ela está reconhecendo as letras e tem muitas dificuldades. Preocupo-me porque ela é atenta nas aulas, tem uma excelente oralidade e se desenvolve bem em todas as outras atividades.Cria estratégias para fazer leitura como imagens. É capaz de ler um livro inteiro para uma platéia com os dedos nas letras criando o texto através das imagens. Procuro fazer atividades lúdicas para desenvolver a leitura. Em ciências sociais ela estava estudando profissões e eu aproveitei e fiz um jogo da memória das profissões: numa carta tinha a gravura e na outra o nome. Ela jogou fácil, fácil. Por exemplo: Padeiro, ela olhava para a gravura e ficava repetindo padeiro e dizia que começava com P e procurava apenas a palavra que começasse com P e atingia o objetivo do jogo em precisar fazer a leitura da palavra.É muito inteligente. Na escola, tentaram me convencer que ela tem problemas de memória, mas não acredito, pois ela é capaz de contar histórias enormes. (Sou contadora de histórias e ela faz isso num jogo simbólico)Gostaria de saber sua opinião, estou preocupada com a dificuldade que minha filha tem apresentado e estou disposta a ajudá-la.Abraços agradecidos,A. K.”
Caso 11º - Trata-se um de um relato de caso de adolescente de 14 anos, com DA, feito por seu pai: “Tenho um filho, André, que está com 14 anos e é dislexo. Atualmente ele cursa a 7ª série, 8º ano, e está com bastante dificuldade com a aprendizagem, especialmente na matemática (falta de raciocínio abstrato) e na redação, inclusive de textos e respostas curtas. É um menino brilhante, que colabora e tem consciência de suas dificuldades. Há 04 anos faz fono para trabalhar o processamento auditivo e o último exame indicou que as dificuldades nesta questão foram supridas, mas a fixação de conteúdos, o raciocínio abstrato e a expressão escrita estão muito debilitados. Eu gostaria de saber se existe alguma bibliografia específica que me orientepara tentar ajudá-lo a suprir e solucionar estas dificuldades, pois não posso contar com a escola. Atenciosamente,A.L.F”.
Caso 12º - Trata-se um relato de uma mãe com filho de 9 com dificuldade de aprendizagem na escrita: “ Fui chamada na escola de meu filho porque ele tem problemas com a escrita, faz trocas de letrascomo v/f, d/t, ele tem 9 anos está na terceira serie, pediram para que o leve para fazer uma avaliaçãocom uma fono, queria saber se este caminho que devo seguir, ou o que devo fazer. Grata, C.”
Caso 13º - Refere-se um relato de uma pediatra cujo filho possui DA: “Boa noite. Li o seu artigo, e gostei muito. Sou pediatra, e tenho um filho de 8 anos que ainda não sabe ler. Isso muito me preocupa, pois tenho 5 filhos , e não estou sabendo lidar com o Matheus.Ele é (ou está hiperativo) , e, acredito, sofrendo com essa dificuldade, pois aqui, em Minas Gerais, a criança é alfabetizada aos 6 anos, ou até menos.Se o senhor puder me envie outros dados ou orientações que eu possa seguir, mesmo à distância. E.M.R”.
Caso 14º - Refere-se a um relato de uma mãe cuja filha de 8 anos apresenta dificuldade específica em linguagem escrita: “Tenho uma filha de 8 anos que está na segunda série mas que até o momento não consegue ler. Ela só começou a falar, de uma forma queoutras pessoas pudessem entender, depois dos 4 anos. Até o momento ela não consegue pronunciar o /r/ e tem dificuldades para pronunciar palavras com mais de três sílabas. Minha filha freqüenta a educação infantil desde os dois anos e meio, tem um irmão de 12 anos que não apresentou essas dificuldades, sempre teve acesso a um ambiente que privilegiou a leitura. Também desde os 3 anos ela tem atendimento fonoaudiológico e psicopedagógico. Não tem problemas auditivos, neurológicos ou visuais. Na escola que freqüenta, embora ela não tenha atingido os objetivos da primeira série, optou-se para que ela fosse para a segunda série porque se verificou que houve avanço no aprendizado dela e pela questão afetiva, o relacionamento com a turma. Num exame realizado por fonoaudiólogos, disseram que ela tinha problemas no processamento auditivo central. Estou muito angustiada o que me leva a buscar ajuda e escrever, e peço desculpas por estar ocupando seu tempo. Tenho um pouco de medo de rótulos, principalmente aqueles que estão na moda e atribuem toda dificuldade de aprendizagem ao fato da criança ser DDA, como estão sugerindo e empurrando Ritalina. Acredito que não seja dificuldade de aprendizagem, masuma nova forma de aprender, mas eu, como mãe, não consigo enxergar como ajudá-la e as escolas, pelo visto, também não. Gostaria que o senhor sugerisse bibliografias,estratégias para aprendizagem, ou que profissional procuraria. Alguém me sugeriu que procurasse o grupo da professora Leonor Scliar Cabral, aqui da UFSC. Obrigada,professor, por sua atenção, L.S.A”.
Caso 15º - Trata-se um relato de uma professora de aluno com DA: “Sou professora, (pedagoga...)atuo nas séries iniciais, e concordo que a escola não está "dando conta", eu não estou dando conta!!!Aluno na terceira série sem ler, e ele está ali na minha frente, do meu lado e eu fico com minha impotência. Acho que se eu fizer psicopedagogia irá me ajudar em aula, porque é frustante perceber a não aprendizagem, só que será que é só questão de método?Está tão difícil ver a realidade do dia a dia destas crianças.Gostaria muito de fazer algo, só não sei como. Estou mandando o email pq vou pensar mais no teu artigo e sei que gostei, só preciso organizar minhas idéias! N.A.;”.
Caso 16º - É um relato de uma estudante de Pós Graduação em Educação Especial, estou iniciando com filho que apresenta DA em leitura: “Lendo alguns sites encontrei varias matérias escritas pelo senhor, que alias esta de parabéns, o que estou entendendo ate agora, são através delas. Mas o que gostaria e que ainda não entendi direito é a itiologia da dislexia. Agora há pouco li outra matéria do senhor que esta sendo descoberto uns genes que podem ser os causadores da mesma, gostaria se fosse possível que me esclarecesse melhor essas causas, se são mesmo genéticas, desconheço casos na minha familia se pessoas disléxicas, mas isso é complicado pois, nem todos são alfabetizados.Se puder contar com sua atenção, agradeço desde já, F.P”.
Caso 17º - Uma professora de artes, depois de atender um aluno, sente-se com dificuldade de intervir adequadamente na DA da educanda com diagnóstico de dislexia: “Prezado professor Vicente: A mãe me fez um relato dizendo que a filha era disléxica, já tinha sido feito o diagnóstico por profissionais da área. A menina passou por diversos fonoaudiólogos, psicólogos, no fim a mãe ,já cansada (e filha também), resolveu que a colocaria numa oficina de artes onde trabalharia com a leitura, artes e estimulando a sua auto - estima que é baixa .Foi assim, que M. veio parar em minha oficina, indicada pela fono do irmão, que também é disléxico. Mariana , hoje na quarta série, teve muita dificuldade no curso de alfabetização e repetiu a primeira série. Sempre taxada de preguiçosa , porque não gostava de ler, porque não tinha capricho com a letra, porque era distraída e "comia" ou trocava as letras, etc.. Desenvolveu uma baixa auto-estima, quando chegou a mim, não lia em voz alta de maneira alguma, aos poucos com muita brincadeira começou a ler e perdeu a vergonha , causada por sua dificuldade ( ou por medo da crítica dos outros). Sua leitura é bem pausada, troca letras, adivinha palavras e frases, troca também palavras. Tento fazê-la parar em cada palavra para poder ler cada uma como realmente é. Tem funcionado,antes eu lia para ela a maior parte do texto. Hoje, ela quem lê o texto todo por conta própria, às vezes são capítulos grandes, mas lê tudo, com muita satisfação. Quanto à memória, gostaria que me definisse que tipo de memória. Pois , em relação interpretação do texto , ela o faz muito bem. Sempre na outra sessão, quando continuamos a ler o livro, antes me faz um relato do que foi lido na semana anterior com precisão. A sua ortografia, ainda não observei, pois escrevemos muito pouco, trabalhamos mais com a interpretação através da expressão corporal e artes plásticas. A mãe me relata que não consegue entender o que ela escreve , que muitas vezes não faz sentido e é confuso. O pouco que escreveu na aula, não deixou eu ler ,ela própria leu para mim. Talvez, tenha contado a história do que escreveu usando sua imaginação. Este é o quadro que eu conheço de minha aluna. Se puder me ajudar, poderei auxiliar melhor a esta menina , que tanto já sofreu com profissionais que não a compreendiam ou estavam despreparados, não quero repetir o erro. Muito obrigada, C.C”.
Caso 18º - Refere-se ao relato de caso de um pai com filho com DA e um histórico de doença: “Estou a procura de respostas ou possíveis caminhos para investigar um problema com meu filho L. G.Ele tem 11 anos e um histórico de Meningite aos 4 meses de idade. Como seqüela ficou uma perda auditiva profunda e bilateral. Aos 11 meses, notamos a deficiência e iniciou a nossa jornada para ajudá-lo a ser uma pessoa “normal” ou seja, fazer com que ele aproveite o que lhe sobrou de audição(cerca de 15%), somado aos outros sentidos, vir a ser uma pessoa normal, falante como o irmão gêmeo chamado L.A. Por indicação de um amigo, que também sofre o problema com sua filha, conheci a fonoaudióloga G. F., que o acompanha desde bebe ou seja 10 anos de tratamento fonaudiológico que nos trouxe bons resultados. Tendo em vista que o G. freqüenta a 5ª série do ensino fundamental numa escola regular da Prefeitura de SJCampos, como o irmão.Ele é muito estimulado inclusive em sua escola( por Psico Pedagogas), que é piloto por integrar “Alunos Especiais” com deficiências de vários níveis, para tanto existe todo um projeto em torno da proposta.Voltando ao problema do Gustavo, estamos pleiteando junto à UNICAMP, um Implante Coclear para ele, pois teoricamente ele teria uma qualidade auditiva melhor do que o aparelho auditivo Retro-auricular lhe proporciona e foi numa das reuniões com o Otorrino que foi levantada a hipótese de haver um comprometimento cognitivo a nível cerebral, também como seqüela da Meningite. Tudo isto porque ele está numa fase da escola onde a base de interpretação é mais exigida tanto nas matérias digamos “decorativas” qto na matemática(solução de problemas). Minha teoria é de que ele não tendo um vocabulário montado pela memória auditiva(já que perdeu a audição), como poderia interpretar com exatidão se não sabe o significado das palavras . Por outro lado é possível que a are cognitiva do cérebro tenha sido danificada a ponto de não conseguir memorizar PALAVRA x SIGNIFICADO de maneira coerente para depois poder relacionar e montar frases com elas. Existe algum estudo sobre isto ? Qual sua opinião ?Obrigado. K.N.M”
Caso 19º - O pai faz o relato do caso de seu filho com dificuldade de aprendizagem: “Tenho um filho de 11 anos , que tem estas caracteristicas , porem com alguns particulares , ele é extremamente popular , o telefone em casa toca o tempo todo,é habil em motricidade , destaca-se em tudo que faz , principalmente no esporte, porem tem as caracteristicas descritas ,quando o assunto é leitura ou estudo .Ele tem mais 3 irmãos um de 20 anos ,cursa arquitetura um dos melhores da classe , uma irmã gemea ,que esta na mesma classe e tem a mesma atenção nossa , e tira só 9 e 10 nas materias ,se interessa por filmes , lê as legendas etc, e uma irmã de 9 anos que tem tambem dificuldades em ler e se concentrar , mas num grau muito menor.
A questão qualidade da escrita e a falta de concentração do P., este é o seu nome , nos salta os olhos ,e ele só tira notas 1 , 2, 4, assim por diante ,ele está na 5a serie , ainda não perdeu nenhum ano , ele está sendo acompanhado pela fonoaudiologa da escola , mas os resultados não vêm. Também coloquei-o em uma professora particular para tentar auxilia-lo nos estudos , e ela diz que ele é muito inteligente , tem um excelente raciocinio logico, faz todos os exercicios de matematica com acertiva. Sei que a distancia ,é difcil ajudar , mas a seu ver o que devemos fazer?? O Sr,. Recomenda algum colega em S.Paulo ??Sou de S. José do Rio Preto , interior de São Paulo.Desde já obrigado , I.”

Caso 20º - Trata´se de um relato de uma terapeuta, ainda em formação inicial que cursa o Faculdade de Terapia Ocupacional (último ano): “Tenho uma paciente de 27 anos que apresenta algumas dificuldades na escrita e na fala. Em uma das atividades que realizei com ela, a mesma apresentou-se nervosa ao ler,trocando algumas letras. Ao pedir para ela falasse qual o número que estava no dado, a mesma teve dificuldades; tendo dificuldade também em distinguir letras aleatórias, trocando principamente as letras F e V.A paciente relata ser muito agressiva querendo bater nas pessoas e não gosta de "conviver" com elas. Sente ódio de todos.Gostaria de saber como faço para verificar se ela pode ter Dislexia?Obrigada pela atenção.L.”
Caso 21º - Refere-se ao relato de mãe cujo filho tem dislexia associada a TDAH : “Eu tenho um filho de 11 anos que tem TDAH, não foi diagnosticado dislexia, mas ele apresenta muita dificuldade de ler e entender o que leu e também de escrever corretamente, tanto com erros ortográficos quanto com a caligrafia.Eu sinto que ele poderia melhorar muito se tivesse um educador, para ensinar e estimulá-lo a adquirir competência em leitura e escrita. Você teria algum professor(a) para me indicar, ou outro profissional que eu pudesse procurar?? Obrigada, A.”
Caso 22º - Chamo a atenção do GT para o relato deste adulto com “distúrbios de aprendizagem”: “Caro Vicente Martins, tenho 35 anos e faço tratamento na PUC-MG de processamento auditivo central. Tenho procurado pesquisar sobre livros de consciência fonológica e processamento auditivo centra, e o que tenho encontrado é decepcionante. Os profissionais se preocupam apenas com as crianças e nó máximo com os adolescentes quando se trata de distúrbios de aprendizagem, o adulto está fora de questão. Justificam dizendo que não há procura. Isto mostra que o que incentiva os profissionais é o dinheiro. Se há procura, há clientes, caso contrário, não há interesse em estudar distúrbios de aprendizagem em adultos. Isto mostra como a máquina do capitalismo influencia na formação dos jovens profissionais.Quando um adulto procura o fonoaudiólogo com problema de aprendizagem, eles simplesmente não sabem como direcionar o problema, beiram a frustração, pois não foi desenvolvido nenhum tipo de programa para o adulto, tudo tem que se adaptado para ele. Preocupam muito se está dando resultado o tratamento, jogando isto para o paciente, porque eles não têm a mínima idéia se haverá melhora no paciente adulto.A fonoaudiologia centralizou demais na criança, e nem imaginaram que adultos poderiam procurá-los com problemas de aprendizado.Penso seriamente em desistir da fonoaudiologia, porque ela tem sido incompetente em tratar de adultos com distúrbios de aprendizagem.Atenciosamente, C.C” .
Caso 23º - O relato é de uma profissional de Letras com filha que apresenta dificuldades específicas em leitura9dislexia): “Tenho uma filha de 8 anos e meio diagnosticada com dislexia, além de ter disgrafia e disortografia. A Fono disse que a dislexia dele é bem leve. Ela lê razoavelmente bem, apesar de soletrar muitas vezes, principalmente as palavras pouco frequentes, mas eu acredito que a disgrafia e a disortografia nela sejam um pouco mais severeas que a dificuldade de leitura propriamente dita. Ela não consegue escrever uma frase sem cometer vários erros, em palavras que já escreveu várias vezes (sempre escreve valar ao invés de falar, xegou ao inves de chegou, soldade ao inves de saudade entre outras coisas) e a aparência grafica de sua letra é muito franca, parace de criança ensaiando as primeiras letras. No entanto ela gosta muito de escrever, tem um diário, escreve historinhas, só que é é uma luta conseguirmos decifrar o que ela quis dizer.Gostaria de saber, se poderia indicar alguma literatura, que contivesse exercicios especificamente para disgrafia e disortografia .Estou em véspera de iniciar minha pósgraduacão em Psicopedagogia agora em agosto. Espero po'der ajudar minha filho melhor assim.Agradeço sua ajuda antecipadamente, T.F”.
Caso 24º - Um relato de mãe que relata a DA de um filho no 5º do ensino fundamental: “Gostaria de saber como ajudar meu filho na escola. Desde que ele entrou na escola ele apresenta dificuldade de aprendizado. Ele está na 4° fundamental. Foi diagnosticado que ele apresenta uma deficiência no processamento auditivo central. ele tem dificuldade de interpretação de texto, entendimento do enunciado e dificuldade de expressão.. Isso tem lhe causado um processo de auto estima rebaixada e isolamento pelo grupo de criança da escola. Se taxa de burro. Já há um ano ele faz acompanhamento fonoaudiológico, mas não estou vendo resultado..estamos começando a achar que ele precisa de outra coisa. Preciso de ajuda, para poder ajudá-lo. Aguardo retorno. Moro em São Paulo, zona sul. Obrigada, C.”
Caso 25º - Relato de um pai cuja filha de 10 anos, no 6º ano do ensino fundamental, apresenta dificuldades de aprendizagem em sala de aula “Professor, imagino o quanto o senhor deva estar ocupado para ler mais esta nota e muito mais para respondê-la; mas mesmo assim resolvi arriscar e pedir sua orientação. Minha filha tem 10 anos e está na 5a. série. Sempre senti necessidade de apoiá-la nos estudos (eu mesmo ou com a ajuda de professor particular), já que suas notas sempre ficaram abaixo da média da turma. Jáconversei com a coodenadora da escola e tive o retorno de que ela conversa na aula e não presta atenção mas tem bom relacionamento e não é considerada um problema, já que com a nossa ajuda, ela faz os trabalhos, consegue obter notas regulares e no final, passa de ano. Minha avaliação pessoal tem sido de que ela é imatura para os desafios da sua série escolar, já que faz aniversário no final de outubro (acredito que isto ainda faça alguma diferença) é que com o tempo esses problemas serão superados (ou não). Por recomendação de amigos, a matriculei no Kumon, (método japonês de ensino que dizem, melhora o desempenho escola), para reforçar os estudos em matemática (ela já está nesse curso há 1 ano) e nós acreditamos que teve algum progresso (ela também acredita). Mesmo assim, minha filha não consegue obter notas superiores a média da turma (7 ou 8). Durante essesanos eu tenho estudado com ela e muitas vezes perco a paciência, fico nervoso e a chamo de burra. Depois peço desculpas, ela diz que tudo bem mas fico preocupado e triste com essa situação. Este ano a matriculei num curso de Inglês e da mesmo forma, já tive retorno da professora que ela conversa durante a aula, dispersa e prejudica o seu aprendizado. Já conversei com a minha filha, briguei... ela se senbiliza, diz que vai tentar mudar e assim vamos vivendo. Até que um amigo meu me falou de Dislexia, que seu filho fez um tratamento na Clínica RA terapias e obteve melhoras e eu fiquei interessado no assunto e na esperança de tratá-la, se for o caso, a fim de que adquira mais confiaça em si e e obtenha melhor desempenho escolar. O senhor tem alguma sugestão, orientação ? Minha filha tem Plano de Saúde Sul América. Será que esses tratametos tem cobertura ? Se não puder responder,não faz mal. Um grande abraço, P.M”.
Assim, ao certo, após a leitura, perguntas advêm: Qual o nosso olhar ou olhares sobre os casos abaixo? Em que poderemos orientar às famílias, aos educadores e aos próprios disléxicos sobre formas de intervenção no tocante às suas dificuldades de aprendizagem? Como poderemos transformar os desabafos, dúvidas e incertezas de pais, educadores e disléxicos em orientações relevantes para uma intervenção eficiente e eficaz em sala de aula? Que diretrizes nacionais podemos traçar, enquanto especialistas que atuam na formação de professores e em clínicas de reeducação da linguagem escrita, no campo das dificuldades de aprendizagem relacionadas com a leitura, escrita, ortografia e atenção? Como fazer a transposição em linguagem científica, simples, objetiva, de aportes teóricos sobre os transtornos funcionais específicos de modo a viabilizar, de imediato, o entendimento, por parte dos profissionais da educação escolar e pais de alunos, dos diversos tipos de transtornos como dislexia, disgrafia, disortografia e o déficit de atenção?
Vicente Martins é professor da Universidade Estadual Vale do Acaraú(UVA), em Sobral, Estado do Ceará. E-mail: vicente.martins@uol.com.br